segunda-feira, 7 de julho de 2014

A Higiene Medieval

Nas grandes cenas de festas e cerimônias presentes em filmes e séries, a higiene das pessoas medievais parece impecável. Todos sempre muito bonitos e aparentemente cheirosos esbanjam elegância. Em contrapartida, muitos estudiosos apontam a Idade Média como uma época suja e desleixada, onde passar semanas e até meses sem banho era natural a todos, mesmo aos nobres.

Há quem diga que a rotulada Idade das Trevas não tinha o mínimo de noção e entendimento sobre saneamento básico, e é dessa época que nascem muitos costumes que levamos até hoje em nossa sociedade ocidental, incluindo aqui no Brasil. Como é o caso do mês das noivas. O primeiro banho do ano se dava em maio, com a chegada do verão, e daí surge a melhor oportunidade para celebrar uma cerimônia tão importante como era o matrimônio, surgindo desde então a alcunha famosa deste mês.


Dentre outras ideias criativas, uma nos chama a atenção, e que muda nossa concepção sobre as grandes festas nos grandes salões ao vermos um filme. As mulheres, como se sabe, usavam diversas roupas íntimas por baixo do seu vestido, além de uma armação feita com arames. Todas essas peças atrapalhavam o uso de um toilette, tornando este ato uma verdadeira missão impossível. Para evitar este transtorno, era comum as mulheres usarem fraldas para passar a noite inteira na festa sem a necessidade de se ausentar.

Por outro lado, a Idade Média não foi um repleta exclusão dos meios básicos de saneamento. Segundo muitos historiadores, os habitantes daquela época tinham suas maneiras de se higienizarem. Muitas obras visuais de diversos acervos ilustram pessoas tomando banho, o que sugere que esta prática não era tão incomum assim.

Banho público na Alemanha da Idade Média

Muitos tratados de medicina, sobretudo do séc. XIII, indicam a preocupação acerca do asseamento das pessoas. A água era usado naquela época como um elemento terapêutico, e era popular a ideia de que ela prevenia o surgimento de diversos problemas de saúde.

Uma prática que percorreu muitos países medievais foi o ressurgimento dos banhos públicos. Várias cidades tinham esses estabelecimentos, onde homens e mulheres poderiam desfrutar de uma grande banheira para se limparem. Acredita-se que Paris alcançou o número de 27 estabelecimentos como estes no séc. XIII.

Banho público associado a uma mesa com refeição e bebida

Porém o lugar acabou se tornando um ponto de prostituição. Os proprietários passaram a oferecer quartos privados para os nobres que buscavam o lugar para tomar banho. Além disso, a água que era julgada como forma de prevenção e cura, passou a ser um importante transmissor de doenças, já que a quantidade de pessoas tomando banho juntas era enorme. Em algumas residências, onde havia uma banheira, o normal era que o Senhor da casa tomasse banho, e com a mesma água tomasse em sequência os outros homens, depois mulheres, e por fim crianças. Não precisa ser especialista no assunto para imaginar que tipo de problemas o público infantil sofreu com esta prática.

O fato é que há muitos mitos sobre a Idade Média, incluindo o que se diz respeito à higiene. Se por um lado, a ignorância e indiferença os levaram para um estilo de vida sombrio, muitos interessados e preocupados com o assunto se esforçaram para melhorar a qualidade de vida de todos.

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