Quando somos crianças e ouvimos várias histórias sobre um mesmo personagem sob forma de filmes e livros, nos levamos a crer que tal figura realmente existiu. Muitas vezes crescemos e descobrimos que tudo era ficção. Entretanto, alguns personagens tem uma linha história tão contundente e são tão explorados pela mídia comercial que acabamos nos perdendo ao tentar distinguir mitos de verdades.
E é exatamente isto o que acontece com o Rei Artur. Seu nome chega aos nossos ouvidos de uma forma tão natural que esquecemos de questionar se ele existiu ou não, assim como ocorre com várias outras figuras medievais. As histórias nos contam que Artur foi um homem que viveu durante a Idade Média, em volta de um cenário cheio de cavaleiros, donzelas, castelos e muita magia. Seu nome é conhecido mundialmente, assim como Merlin, ou personagem da mesma lenda. Aqui no Brasil, o nome Morgana, presente também na história do Rei Artur, já foi até alvo do programa Castelo Ra-ti-bum, contendo uma bruxa com o mesmo nome da meia-irmã de Artur.
A história do lendário rei se passa na Grã-Bretanha, um dos berços dos grandes mitos da Idade Média. E embora o conheçamos como um monarca, para outros ele é apenas uma espécie de comandante de um exército. Com soldados sob suas ordens, Artur ajudou os bretões a se defenderem contra ataques dos saxões, um século após a queda de Roma.
No entanto, há muitas informações desencontradas sobre sua verdadeira história. Aliás, nem se sabe se realmente há uma verdade em seus contos. Durante séculos, várias canções e histórias foram surgindo, o que dificultou ainda mais o trabalho de descobrir a verdade sobre ele. Dentre tantos contos, o livro de Godofredo de Monmouth ou Geoffrey de Monmouth foi o mais aceito dentre tantos autores que descreveram as aventuras arturianas. Monmouth quase não tem de criação em seu livro, quase tudo é uma compilação de tudo o que se sabia sobre Artur naquela época.
A Última Legião
Com a proximidade da era em que Artur supostamente viveu e a queda de Roma, em 476 d.C., muito se fala sobre a relação do rei de Camelot com Roma. Para muitos autores, Artur era um líder romano-britânico, que lutou em diversas batalhas contra os anglo-saxões.
No meio de tantas teorias e deduções sobre a sua origem romana, há uma que ganhou destaque em 2007, quando chegou aos cinemas A Última Legião, um filme dirigido por Doug Lefler. O filme conta com grandes nomes do cinema, como o ganhador do Oscar Colin Firth, além de Ben Kingsley e Aishwarya Rai.
O filme conta a invasão bárbara e queda de Roma, e o único sobrevivente da família dos imperadores é o pequeno Romulus Augustus. Um comandante romano salva o garoto, juntamente com outros soldados e um misterioso mestre chamado Ambrosinus. Com a ocupação dos bárbaros e traição do senado de Roma, eles não têm para onde ir, e lembram-se da Nona Legião, que estava na Grã-Bretanha. Decidiram apostar na receptividade dos seus compatriotas que ali estavam defendendo Roma em terras britânicas. Encontram outros inimigos e juntam-se à Última Legião para garantir a vitória.
E assim nasce a conexão com a lenda de Artur, já que o imperador, ao fim do filme, cresce e tem um filho, que é o lendário rei de Camelot. O misterioso Ambrosinus é ninguém menos que Merlin. O filme ainda conta com a existência da inigualável Excalibur, talvez a espada mais famosa dos contos medievais britânicos.
Para quem gosta de uma aventura que envolva Roma ou Artur, ou simplesmente qualquer assunto relacionado com a Idade Média, vale a pena conferir. Só lembrando que nada do que se passa é verídico, uma vez que as informações sobre Artur até hoje permanecem no obscuro.
Trailer do Filme
O filme é baseado na obra de Valerio Massimo Manfredi, um professor de arqueologia. Acesse o link abaixo para saber mais sobre ele:
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