Os irmãos Edick e Hundor Bruchet caminharam em seus cavalos desde o amanhecer. Estavam a três dias trotando em direção ao sul. Sob o céu rosado do fim da tarde, eles se dirigiam lentamente à procura de uma estalagem de médio a grande porte. Além de movimentada, teria que ser dispendiosa. A sobrevivência dos irmãos dependia disto. Afinal, ninguém saqueia um estabelecimento falido, pelo contrário, é necessário roubar quem tem muito ouro guardado nos baús.
Desde a saída deles do extremo norte, saquearam quatro estalagens, além de duas caravanas sem proteção pela estrada. Era incomum encontrar comerciantes em viagem sem homens armados protegendo o ouro e a carga, mas era possível ainda encontrar alguns amantes da sorte pelas estradas desertas do reino de Omério.
Edick levantou a cabeça e viu o caminho se transformar numa descida suave num campo fechado, e a única coisa que ele conseguia enxergar além da estrada de cascalhos eram as densas matas margeando o caminho. Coçou o seu queixo, fazendo-se ouvir o farfalhar de seus dedos grossos esfregando sua barba por fazer. Hundor era mais corpulento, e seu cavalo tinha mesmo que ser forte para suportar um homem daquele tamanho montado em seu lombo por longos três dias.
Ao fim da inclinação do terreno, os dois irmãos se defrontaram com uma bifurcação na estrada. O objetivo dos dois saqueadores era chegar à Baía Vermelha, o ponto mais ao sul de Omério. No entanto, aquelas duas vias exigiriam dos dois uma decisão que poderia alterar o rumo a partir dali.